Psicanalista Isloany Machado, Campo Grande - MS

Av. Fernando Corrêa da Costa, 1233 - Vila Carvalho, Campo Grande - MS, 79002-820, Brasil
Campo Grande - MS

Costurando Palavras - - Menu Aqui você encontrará textos sobre psicanálise, literatura e meus escritos literários.
Precisa de revisão ortográfica? Venha para a Oficina do Texto: Clique aqui! Leia aqui o texto que inspirou o nome do Blog! sábado, 21 de julho de 2018 Haverá reabilitação possível? Hoje pela manhã, indo para o consultório, ouvia Rehab, daAmy Winehouse.
Depois de uma semana de várias conversas com meus amigos sobre a"epidemia" de suicídios, depois de uma semana intensa deatendimentos, depois de alguns anos de uma crise que atravessamos no Brasil eno mundo, num tempo em que tudo ao redor parece estar (e talvez esteja mesmo)em ruínas, ouvir aquela voz que diz: "Tentaram me mandar para areabilitação, mas eu disse 'não, não, não'", me fez arrepiar.
  Atravessamos, mais uma vez, um tempo sombrio, obscuro, em que não conseguimosenxergar um palmo adiante.
Não há garantias de futuro, a instabilidade econômicaampliando nossa dor de existir, esticando a sensação de desamparo, tão inerenteao humano.
Num mundo em ruínas, onde investiremos nossa libido? O processo todoparece entrar no campo da psicose, em que a libido, antes investida na “realidade"externa, se volta para o sujeito, ao narcisismo ou (pior) ao autoerotismo, e ocorpo se torna o foco, daí o despedaçamento tão frequente nos discursos esquizo.
Em tempos sombrios ou não, há a estruturação psíquica, há, segundo apsicanálise, as neuroses, as psicoses e a perversão.
Que obviamente sãoinfluenciadas pelo contexto histórico, mas que também são posições subjetivas.
Dequalquer modo, sejamos neuróticos, psicóticos ou perversos, construímos algoparticular sobre a história.
Cada um a seu modo ergue os próprios tijolos sobreessa realidadezinha que nem sabemos de fato de que se trata, justamente porque ela,A realidade, não existe independente de nossas lentes.
Para além das estruturas estão os sintomas, que variam emconteúdo de acordo com o mal-estar da época.
Fico me perguntando se algumperíodo histórico já esteve isento do mal-estar, e a resposta encontro com apsicanálise, de que se tornar humano é o mal-estar, estar inserido na linguageme sofrer as perdas que isso causa, faz parte da nossa eterna sensação dedeslocamento.
Onde é que eu deveria estar? Somos todos deslocados de nossodesejo e, em tempos sombrios, tempos de guerra, fica ainda mais difícilencontrar o rumo, porque faltam coisas de base, falta comida, água, abrigo.
Umafalta cravada, encravada no Real.
O Real de um corpo reduzido a objeto, quepode deixar de existir a qualquer momento porque a falta é real.
O psíquicoparece então de menor importância, pois como podemos nos queixar, por exemplo,de uma tristeza profunda que não tem causa aparente, já que "não me faltanada"? Quando tudo parece estar em ordem, mas a angústia se alastra comoum líquido derramado e nunca encontramos a fonte? Mas o que dizer quando a issose junta um mundo "globalizado" e ruinoso? Quando somos quase queobrigados a achar natural gente morrendo de fome, explodida por bombas, expatriada,xingada nos metrôs mundo afora por ser estrangeira? Quando foi que o ódio daspequenas diferenças ganhou tamanha proporção? Isso acontece quando uma voz sefaz mais alta, se ergue para, deliberadamente, destruir o outro (o pequenooutro, como diria Lacan).
Quando ouvia Rehab e o “não, não, não”, pensava, como épossível se reabilitar, ou seja, se readequar a um contexto de destruição? Cadaum escolhe sua maneira de se desconectar desta realidade que só faz destruir.
Etalvez a desconexão seja mais saudável mentalmente do que a "reabilitação"da forma como tem sido feita, com a epidemia dos diagnósticos baseados emfenômenos e não na posição subjetiva, com a facilidade em que psicotrópicosentram e saem na vida das pessoas.
Muitas vezes os psicotrópicos mascaram ouamortecem algo que deveria ser insuportável a ponto de ser dito, seja naneurose, na psicose ou na perversão.
A palavra ainda é nossa melhor invenção, eisso me faz acreditar e confiar somente em psiquiatras que associam medicamentoe indicação de psicoterapia porque sabem da importância da fala, porque tambémsabem ouvir, isso é ouro (fica a dica).
Amortecertoda uma sociedade é impossível.
Isso não seria uma possível justificativa paraa “epidemia” de suicídios? Falta escuta, minha gente! Falta investir a libido emlaços ainda possíveis.
Nossa luta é não deixar que se alastre este grandemovimento de retorno da libido para os próprios egos, para o ensimesmamento,para a autodestruição.
Que a pulsão seja de vida, que não nos falte coragempara estabelecer laços, que não tenhamos vergonha de procurar ajuda.
Amy dissenão para a reabilitação, não quis, como muitos também não querem, entrar nalógica da adequação.
Ela preferiu outra forma de amortecimento, ainda assim nosdeixou sua música.
Andamos todos meio amortecidos de alguma forma, mas fazerlaços é o que nos resta para evitar o empuxo à morte.
Postado porIsloany Machadoàs14:42:00Nenhum comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest quinta-feira, 1 de março de 2018 InsôniaAcordo na madrugada com o peito esmagado pela velha insônia.
Acaricio o travesseiro implorando que me devolva a paz perdida.
Olhos fechados para não abrir mão do fiapo de esperança, ilusão de que posso acalmar a agitação da vida que urge à minha revelia.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs20:43:00Nenhum comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest sábado, 2 de dezembro de 2017 Cartarresenha do livro Pai, PaiCampo Grande, 02 de dezembro de 2017.
Querido João,        Espero que não te assuste a intimidade com que esta leitora te escreve, mas é que tenho cultivado o hábito de escrever cartas-resenha de livros que me tocam e cujos autores são contemporâneos.
Não sei como te agradecer pela publicação de Pai, Pai.
Ele me caiu em mãos num momento muito oportuno, pois estou às voltas tentando entender a minha própria relação com meu pai.
Sim, estou em análise faz um tempo.
Inclusive, veja que coincidência: sou psicanalista.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs08:30:00Nenhum comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest segunda-feira, 30 de outubro de 2017 Como curar ressaca literária? Dias atrás estava eu com uma puta ressaca literária após o término d’Olobo da Estepe.
Com o intuito de procurar no google um meme para dizer sobreminha ressaca, eis que uma das coisas mais pesquisadas era: “como curar ressacaliterária?”.
Fiquei intrigada com isso e fui estudar a fundo sobre o assuntofazendo uma pesquisa muito séria e confiável pelo facebook.
Lancei para meusamigos a seguinte questão: O que você faz para curar-se de uma ressacaliterária? Encontrei algumas boas respostas, mas descobri, concomitantemente,que meus amigos, ou grande parte deles, são bons cachaceiros.
Transcrevo aquialgumas das dicas encontradas, vai que ajuda (omiti os nomes dos sujeitos dapesquisa para não causar constrangimento): Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs14:43:00Um comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest quinta-feira, 5 de outubro de 2017 Resenha do livro Entropia, de Alexandre Marques Rodrigues Quem acompanha meu blog sabe que, geralmente, minhas resenhas são cartas para os autores.
Mas desta vez farei diferente, até porque fiquei algum tempo às voltas com Entropia e minha resenha é uma tentativa de montar um quebra-cabeças.
Entropia caiu em minhas mãos porque fui convidada a mediar um bate-papo pelo Sesc em que o autor estaria presente.
Este romance é daqueles que você começa a ler e, conforme os capítulos vão passando, em algum momento sente a necessidade de voltar ao início do jogo porque as coisas não estão fazendo muito sentido.
Você volta e percebe que precisa anotar algumas coisas para não se perder na leitura.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs13:39:00Nenhum comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest terça-feira, 22 de agosto de 2017 Prefácio do livro Alma Desnuda ConheciGabriela em 2013, quando fui sua professora no curso de psicologia da UFMS.
Depois nos reencontramos em outro contexto, por causa da literatura nafronteira com a psicanálise.
Gabriela bateu asas e voou com suas letras e aquiestá o resultado da poesia que corre em suas veias.
Neste seu livro de estreia,a menina desnuda a alma diante do leitor e mostra a grandiosidade do que há dolado de dentro, desse avesso que tanto insiste.
Os temas da dor de existir, doser mulher em um mundo que nos tenta colocar cerca, da loucura, do amor, dapaixão, dentre outros, estão presentes para capturar nossos olhos para além daefêmera beleza daquilo que um dia, certamente, morrerá.
O eu lírico deixaturvamente claro, com seus gritos e paradoxos, que não há nada para além daspalavras, coisa nenhuma para além dos buracos que nos preenchem e das dúvidasem que nos agarramos.
A dúvida é sempre melhor do que a certeza – pressupostopsicanalítico.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs05:19:00Nenhum comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest quinta-feira, 10 de agosto de 2017 O tempo do fantasma em Meu malvado favorito 3Quemme conhece sabe que eu adoro animações.
Quem gosta de animações sabe que muitasdelas não são feitas para crianças, mas para os pais, que têm nos filhos umaboa desculpa para ir ao cinema ver desenho.
Pois bem, por que estou falando essababoseira toda? Porque dias atrás, depois de uma abstinência de quatro meses,fomos ao cinema levar nosso sobrinho para assistir Meu malvado favorito 3.
Se vocênão conhece, vou resumir o enredo da trilogia em algumas palavras.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs06:58:00Nenhum comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest terça-feira, 8 de agosto de 2017 Mar adentro             Nofim de semana passado estive em Aracaju a trabalho.
Na verdade não sei dizermuito bem se o que eu faço é trabalho, já que falei de literatura num dia epsicanálise no outro.
Mas a isso chamamos de trabalho de transmissão.
Aproveitandoa viagem, fomos todos: filho, marido, papagaio, periquito, etc.
Ficamosempolgados porque Adriano, que ainda não tem dois anos completos, teria aoportunidade de conhecer o mar.
Eu só o conheci aos 14 anos.
Foi lindo, mas nãoteve uma vez que eu fosse e não tivesse alergia a não sei quê.
Trabalhofinalizado, nossa amiga Alba resolveu nos levar à praia.
Ficou encantada quandosoube que seria a primeira vez do Adriano.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs08:27:00Nenhum comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest quinta-feira, 13 de julho de 2017 Carta de uma psicanalista para uma puérpera Minhaquerida,             Já faz uns dias que queria teescrever, mas imagino que a correria aí esteja grande e pode ser que nem tenhamuito tempo para ler esta carta.
Bem, vou torcer para que sim.
Serão apenasalguns minutos.
São tantas coisas pra dizer e me pego sem saber por ondecomeçar.
Talvez deva começar te dando parabéns pelo nascimento do seu bebê.
Nãoé o que todo mundo faz? Parece clichê ter que responder a isso o tempo todo, nãoé? “Obrigada”, você deve estar cansada de responder.
Mas não precisa me dizernada.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs05:41:003 comentários: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest sexta-feira, 7 de julho de 2017 Sobre tudo o que excrevemos Não,você não leu errado.
Também não foi um erro de digitação.
O “x” está sim nomeio da palavra.
Vou explicar.
Desde que comecei a escrever, tenho andado àsvoltas com uma questão.
É que inevitavelmente sinto uma repulsa pelas coisasque escrevo um tempo depois de tê-las escrito.
Isso me deixava bastantechateada até um tempo atrás, porque, sendo uma autora independente, crescia adificuldade em conseguir vender meus livros.
De modo que meu desejo era semprede publicar coisas novas, ainda que houvesse uma pilha dos livros já publicadostodos por serem vendidos.
Pois bem, ainda que Lacan seja incompreensível, temposatrás, li no Seminário 20 a expressão: “publixo”.
A escrita como algo que saide nós para o lixo.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs08:01:00Um comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest quarta-feira, 5 de julho de 2017 Cartarresenha sobre o livro RebentarCampo Grande, 05 de julhode 2017.
QueridoRafael,             Quando te ouvi falando sobre atemática do Rebentar durante o evento do Sesc, meu primeiro pensamento foi: nãoconseguirei ler esse livro.
Um filho extraviado da mãe há mais de trinta anos eum trabalho de luto que não se encerra.
Pareceu insuportável demais pra mim.
Masmesmo assim me investi de coragem e decidi fazer a travessia.
Só durante aleitura é que fui pensando no motivo da minha inicial covardia.
Tem algo emmim, desde muito cedo, que treme diante da possibilidade de perder um filho.
Desdea infância eu me esborrachava de chorar quando alguém cantava pra mim a músicado galinho que se perde da família: “há três noites que eu não durmo, poisperdi o meu galinho, coitadinho, pobrezinho.
”, conhece? Mas o medo não paroupor aí.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs10:19:00Nenhum comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest sábado, 24 de junho de 2017 Cartarresenha sobre A instrução da noite QueridoMaurício,             Ainda ontem te disse que minhasleituras andavam a passo de tartaruga e que provavelmente demoraria a terminarseu livro, mas acontece que depois do aparecimento do Lucas no meio da história,não consegui mais parar.
Coloquei o menino pra assistir desenho e o pobre ficousem comer até às oito da noite, quando terminei A instrução da noite.
Só entãovoltei a ser mãe e a cuidar das outras coisas da vida.
Eu sei que esta pode sersó mais uma resenha do seu livro, já tão bem-falado, mas escrevo mais por mimque por você.
Era preciso dizer algo sobre ele, já que, ao contrário do seupersonagem-narrador, eu sempre opto por desembuchar.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs06:11:002 comentários: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest quinta-feira, 22 de junho de 2017 Eu nunca tinha amado assim Dizem que o amor é algo que tira a gente de órbita.
Você não consegue pensar em mais nada quando está nesse estado de apaixonamento.
 Mas o apaixonamento é algo passageiro, pois aos poucos você vai vendo os defeitos da pessoa, e, mesmo que o amor não acabe, a sofreguidão diminui.
O enluaramento da mente diminui.
Mas acontece que há um ano e três meses eu tenho experimentado um amor novo.
Um amor de mãe.
Me sinto boba desde o dia que ele nasceu.
Mas o boba não é só no sentido de encantada, é no sentido de bocó mesmo.
Isso não vai parecer nada amável, mas vamos lá.
Há tempos estou devendo esta crônica para minhas amigas mães.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs15:14:00Um comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest domingo, 21 de maio de 2017 Uma nau de dor e salvação Nau dos Amoucos é oprimeiro romance de Isloany Machado, que já nos deu dois belos volumes decontos e crônicas sobre literatura e psicanálise, Costurando palavras e Emdefesa dos avessos humanos.
Mas enquanto esses livros são marcados pelaleveza e a aparente despretensão, tornando a leitura amena ainda quando ostemas são fortes, o début ficcional de Isloany tem como grande marca aousadia, valendo-se, por vezes, de uma estética de extremos para tratar de umtema, aliás, dois temas igualmente extremos: o amor e a loucura.
Leia mais »Postado porIsloany Machadoàs06:55:00Um comentário: Links para esta postagemEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest Postagens mais antigasPágina inicialAssinar:Postagens (Atom).
Anti-plágio

Localização como chegar a Psicanalista Isloany Machado